sexta-feira, setembro 07, 2007

Palavras ao Vento - Tuca Dazzani

A vida é Mágica.
Todos somos mágicos, magos, integrados.
Mas o olho que vê não é o mesmo que é visto: visível, azul, verde, castanho, preto, multicolor.
Poucos vêem o óbvio. E os dois olhos visíveis não podem enxergar o óbvio.
Somos cegos, a olhar imagens e formas.
A verdade não tem forma.
O carinho não tem forma.
O amor não tem forma.
A saudade não tem forma.
A sinceridade não tem forma.
O sentimento não tem forma.
E a vida é feita de quê?
O que tem forma é “disforme”.

São tantos olhos a nos ver.
São poucos a nos sentir.
A vida é néctar a extasiar à todo momento.
O momento vivido é único, e ainda mais porque efêmero.
O antes e o depois importam pouco quando se vive.
Principalmente quando de forma intensa.
O Intenso não simboliza o louco. Mas é a antítese do pouco, mesmo sem ser muito.
O amor é um adorno espiritual que enfeita o coração.

Água e o óleo se misturam. A química é física.
O óleo e a água são quânticos, são tântricos, são místicos.
Estão muito além do academicismo químico.
Possuem outras químicas. São simbólicos, espíritas.
E é certo: se misturam!

Quantos estão a se lamentar pelo que não pôde ser feito?
Quantos não deixaram pegadas na areia? Pegadas feitas pelos próprios pés!
São tantos os que criam pegadas com as mãos. Incrivelmente com as mãos.
Não criam, simulam.

Do que adianta adiantar o tempo?
Adiante pode não ser mais o antes.
Falta quanto? Que dia é hoje? “O que será o amanhã”?
Quanto custa? Será que custa?

E eu aqui, a dedilhar o teclado não sonoro.
Apenas o som seco do toque da escrita.
A pensar como enquadrar as idéias tantas num só tempo e instante.
Penso que sou vário e único. E deletério do pretérito. E tão precário!
Queria muito que isso fosse um poema. Mas não é. Que pena!
Mas será que deveria sê-lo? Aí seria selo! Que assim não seja.

Mas são palavras que vêem e vão ao despertar da mente, que não me mente nunca.
Sou viúvo, refém e órfão ao mesmo tempo.
Viúvo de alguns passados, mas não do passado.
Refém do tempo presente.
Órfão do tempo futuro.
Um andarilho.
Um buscador de tudo e de mim mesmo.

Caminhemos ao sabor do vento, mas na direção certa.

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